Início

Se o destino for alcançável de moto
nós iremos lá!

Webmail Área Reservada

6ª Revolta ...uma outra visão

A visão de uma pendura....

Depois de ler a crónica do Zé, fiquei intimidada! Que tenho eu para acrescentar? Pois, ele já descreveu todos os episódios da viagem de uma forma explêndida, não lhe reconhecia este mérito!

Mas vou tentar divagar sobre a experiência de uma pendura com o motociclista que me fez apaixonar por estrada e vento no rosto….às vezes chuva e frio também podem fazer parte do pacote…

Foi uma viagem com um grupo que maioritariamente não conhecíamos, mas que nos acolheu muito bem logo na primeira noite, foi um bom começo.

Sem dúvida que o melhor de tudo foi perceber como todos demonstravam uma satisfação estampada no rosto no final de cada dia. Mesmo no dia do famoso apagão, o almoço tão bem servido de batata frita, atum e afins para acompanhar o pão, regados com muita água. E para prevenir levamos algumas garrafas de água para o caminho, assim como bidões para gasolina para alimentar as máquinas que montávamos.

O nosso guia fez-nos percorrer estradas que nos permitem sentir aquela sensação de liberdade que só quem anda de mota percebe. Uma fuga da atividade rotineira, o simples prazer de viajar e conhecer. O bónus é sempre a felicidade, as memórias que ficam, as amizades que se constroem e por vezes mesmo a renovação da mente. Em cima destes “cavalos” como uma tia do Abel uma vez chamou quando nos viu chegar de mota à remota aldeia de Reriz, não tratamos apenas de colocar o corpo em movimento, mas também da leveza da alma. Momentos houve em que até os pacotes de açucar nos levavam para reflexões sobre: “valor e preço não é o mesmo, se não tens valor, então tens preço”. A caminhada pela natureza a caminho da Lagoa Negra foi um desafio inesperado mas compensador.

Veio então uma zona onde a natureza com os seus caprichos nos surpreende pelas suas paisagens semidesertas, falo de “Bardenas Reales”. Uma paisagem perfilada pelo tempo, uma paisagem quase lunar que serviu de cenário para rodagens de algumas produções cinematográficas ou televisivas, como exemplo a série “Game of Thrones”. Simplesmente instagramável…

Antes de fazer a “Rota do silêncio” o organizador e o batedor levaram-nos à penitência na Catedral de Zaragoza, o objetivo seria para que todos nos comportássemos à altura e claro, como isso aconteceu, no final presentearam-nos com o espetacular hotel de montanha, onde foi unânime a vontade de ficar mais uma noite…mas tal não estava programado, havia mais. As paisagens desta estrada tornaram-se pinturas, o perfeito deleite da natureza.

Atravessar o rio Tejo nunca foi tão fácil e rápido, apenas e só com um pequeno passo. Fomos transportados até à terra de D. Quixote onde vimos alguns gigantes com os quais lutou… até imagens trouxemos.

As magnificas estradas de montanha proporcionaram-nos caminhos cheios de curvas, rodeados por bosques e/ou planicies pintalgadas por animais que nos olhavam curiosos. Alguns até mesmo se atravessaram na nossa frente, como que a dizer “este espaço é nosso”. O nosso guia ofereceu-nos ainda caminhos doces e sinuosos, guardados por infinitas vinhas de onde muito provavelmente saiu o néctar que acompanhou as divessas refeições do grupo. Sim e podemos testemunhar que em Espanha também se comem bons petiscos.

Não posso deixar de fazer esta referência ao “despertador do grupo”, que nos momentos em que quase todos íamos adormecidos e embalados pelas paisagens e por vezes a fazer registos fotográficos, um ronco surgia que nos despertava e lá seguíamos novamente em passo mais ligeiro.

Entretanto a prometida chuva acabou por chegar, na subida de uma serra a que se não me engano o nosso guia chamou “passo da mijadela”, pois melhor nome não poderia ser dado. O nevoeiro e a chuva não permitiu ver o que prometia ser uma estupenda paisagem mas para nosso consolo o atento guia levou-nos a uma casa onde pudemos retornar às memórias da  infância e brincarmos com “cenas” do passado; para nos devolver a idade adulta levou-nos a conhecer os pimentões em Jaraíz da la Vera.

E sim, houve revolta, já que os REvoltosos num momento de paragem ”congeminaram” de forma a que o guia nos levasse para Castelo de Vide, já que não aguentávamos mais com tantas e tamanhas emoções, o corpo pedia descanso.

Somos muitas vezes seduzidos pela merecida fama do Norte e Sul de Espanha, mas a Espanha central também parece oferecer tudo o que os motociclistas podem desejar e ….mais!

Agradecidos ao nosso guia e ao vassoura e homem das contas, a todo o grupo por terem transformado esta viagem numa jornada segura, alegre e que perdurará nas nossas memórias como uma viagem divertida e inesquecivel.  À espera da próxima…

Texto: Filomena (Nucha)
Fotos: Abel Gomes

  • DSC_8011_01
  • DSC_8015
  • DSC_8024
  • DSC_8045
  • DSC_8068
  • DSC_8071
  • DSC_8088
  • DSC_8098
  • DSC_8117
  • DSC_8127
  • DSC_8131
  • DSC_8144
  • DSC_8145
  • DSC_8146
  • DSC_8158
  • DSC_8171
  • DSC_8172
  • DSC_8173
  • DSC_8175
  • DSC_8179
  • DSC_8188
  • DSC_8201
  • DSC_8208
  • DSC_8223
  • DSC_8238
  • DSC_8239
  • DSC_8247
  • DSC_8249
  • DSC_8253
  • DSC_8268
  • DSC_8274_copy
  • DSC_8285
  • DSC_8286
  • DSC_8287
  • DSC_8288
  • DSC_8290_copy
  • DSC_8295
  • DSC_8296_copy
  • DSC_8297
  • DSC_8297_copy
  • DSC_8304
  • DSC_8313
  • DSC_8319
  • DSC_8332
  • DSC_8337_copy
  • DSC_8345_copy
  • DSC_8346_copy
  • DSC_8348_copy
  • DSC_8350_copy
  • DSC_8361copy
  • DSC_8363copy
  • DSC_8365_copy
  • DSC_8366_copy
  • DSC_8367_copy
  • DSC_8368copy
  • DSC_8369copy
  • DSC_8370copy
  • DSC_8377_copy
  • DSC_8384_copy
  • DSC_8394_copy
  • DSC_8408_copy
  • DSC_8409_copy
  • DSC_8420_copy
  • DSC_8426_copy